Guerreiro do Deserto: A Épica Obra de Rupert Wyatt
Desert Warrior: Um Épico Saudita em Terras Áridas
O cenário árido e inóspito da Arábia ganha vida em “Desert Warrior”, um épico saudita que retrata um campo de batalha de conflitos humanos. Inspirado em tribos e eventos antigos da região, o filme é dirigido por Rupert Wyatt, conhecido por “O Planeta dos Macacos: A Origem”.
Um Enredo Marcante
A narrativa começa 1.500 anos atrás, quando o imperador Kisra II, interpretado por Ben Kingsley em uma breve aparição, ordena que seus súditos entreguem suas filhas como concubinas. Entre elas está a Princesa Hind, vivida por Aiysha Hart, que se esconde no deserto com seu pai, o Rei Numan (Ghassan Massoud).
A ação se intensifica com perseguições rápidas entre camelos e cavalos, após o comandante sanguinário Jalabzeen, vivido por Sharlto Copley, encontrar Hind. Um bandido anônimo, interpretado por Anthony Mackie, concorda em ajudá-los a alcançar a segurança em troca de ouro. Temporariamente, a dupla encontra refúgio com os Shaybani, graças ao seu líder Hani, interpretado por Sami Bouajila. Contudo, Hind decide não se esconder para sempre e opta por confrontar o exército do imperador. Tribos rivais, que normalmente estão em conflito, se unem sob sua liderança para derrotar um inimigo comum.
Direção e Fotografia Impressionantes
Wyatt utiliza com maestria o silêncio para intensificar os momentos de tensão antes das batalhas, criando uma sensação de tempo diferente. Quando o som retorna e a violência se inicia, as sequências são ainda mais impactantes. A trilha sonora de Dan Levy complementa os confrontos com a grandiosidade esperada de um épico semi-histórico, embora não seja tão memorável quanto seu trabalho em “Eu Perdi Meu Corpo”.
A cinematografia de Guillermo Garza se destaca em imagens impressionantes, como a silhueta de um cavalo caído contra o pôr do sol ou os closes das mãos dos tribais em seu ofício. Essas imagens sensoriais conferem um ar terroso ao filme, enquanto o editor Richard Mettler utiliza montagens para mostrar como as tribos se preparam para a defesa e como Jalabzeen se arma para o ataque.
Performance e Temas Profundos
A atuação de Aiysha Hart é convincente ao dar vida a uma mulher que busca recuperar sua dignidade e seguir os passos de seu pai. Seu sacrifício equilibrado entre segurança e confiança é tocante. Hani, interpretado por Bouajila, é uma presença emocional forte, lidando com os dilemas de um líder responsável por seu povo e sua honra perante os forasteiros.
O filme evita cair em misticismos vazios ou sequências oníricas, o que beneficia a narrativa. O controle dos roteiristas, incluindo Wyatt, é louvável. Contudo, as mensagens sobre honra e bravura eclipsam as nuances feministas que o diretor pode ter buscado. A relação entre Hind e o bandido, por exemplo, não se desenvolve em um romance convencional, o que ajuda a evitar os estereótipos tradicionais.
Uma Protagonista em Busca de Autonomia
Mesmo ao assumir o papel de Rainha Hind e unir facções rivais, a protagonista não alcança verdadeira autonomia. Sua vitória é marcada por sacrifícios, não por autoconhecimento individual. Embora esse contexto possa parecer desafiador, a força feminina é melhor representada em personagens secundárias, como uma mulher que é expulsa pela comunidade por expressar sua opinião.
A execução de “Desert Warrior” é impecável, evidenciando um espetáculo de nível hollywoodiano. No entanto, o conjunto da obra acaba sendo excessivamente familiar, apesar de momentos de excelência que permeiam a narrativa.
Veja em nossa página principal mais dicas e conteúdos imperdíveis!